12.7.17

Trinta anos desta foto


Meu momento inesquecível com o Grêmio






É uma tarefa difícil escolher um só momento dentre os vários momentos que tive com o Grêmio. Elegi um jogo, mas não um qualquer. Um clássico.

O meu primeiro Grenal decisivo!

Dezenove de julho de 1987. Estádio Olímpico. Decisão do Campeonato Gaúcho. Grêmio versus Internacional. Grenal 289. Nosso time comandado pelo técnico Luiz Felipe na casamata e por Mazaropi, China, Valdo e Lima no campo. Meu primeiro Grenal decisivo no estádio e, como um atleta exemplar da Escolinha do Grêmio, iria fardado dos pés à cabeça. Reforçaria o time, mas não para jogar. Seria uma dentre várias crianças que acompanhariam o time na entrada em campo. Diferente do cerimonial de hoje em que a equipe entra
em campo caminhando, quase se arrastando, naquela época o time invadia o campo numa corrida triunfal rumo ao centro do gramado para saudar a torcida que respondia com igual vibração.

Mas não entrei em campo com o time, meu pai achou que com o estádio cheio teria confusão, então fiquei com ele o tempo todo no lugar de sempre na social, na altura do banco de reservas do Grêmio, bem perto da copa. E o jogo começou eletrizante, com o Grêmio amassando o Internacional. Em 15 minutos de jogo já estava 3 a 0 Grêmio. Dois gols do Lima e um do Jorge Veras. Ainda no primeiro tempo o Inter descontou de pênalti depois que o Astengo colocou a mão na bola - penalidade idiota. Do segundo tempo, não lembro muita coisa, o Inter marcou seu segundo gol e sofremos alguma pressão, mas ganhamos o jogo e o campeonato. Emocionante para quem via no campo a sua primeira decisão.

Algumas semanas depois saiu a edição dos campeões da revista Placar e incluindo a foto do Grêmio campeão de 1987. E eu estava com o time. Eu estava no pôster???  Não era o time do Grenal, mas do jogo da semana anterior contra o Caxias! Com o Henrique na zaga e o Astengo, da penalidade idiota, no destaque. Fui mascote no meu primeiro Grenal decisivo mesmo sem ter entrado em campo.

Minha avó, que estava excursionando pelo Nordeste, encontrou a revista e apontava para as amigas da viagem: "Estão vendo o menino com a bola? É o meu neto, o meu neto com o Grêmio campeão!". Ela ganhou a revista-pôster do Grêmio emoldurada e a pendurou na parede de sua sala. Contava a todos com orgulho: "Sabem quem é aquele menino com a bola? Meu neto". Engraçado que os anos passaram e ela sempre fez isso. Sempre. Até 2007, ano de seu falecimento.

Dedico meu momento inesquecível com o Grêmio à dona Lêda, a pessoa mais gremista que conheci.



Ao centro, o menino com a bola, e no destaque, Astengo. 


Texto publicado originalmente no Boteco das Gurias.

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